Legendários são barrados em áreas protegidas de MS por causar danos ambientais

  • 31/07/2025
(Foto: Reprodução)
Legendários: Por que homens pagam até R$ 81 mil para subir montanha e melhorar casamento? O movimento Legendários, que ganhou fama nas redes sociais por promover retiros espirituais com desafios físicos, não pode entrar no Parque Nacional da Serra da Bodoquena, em Mato Grosso do Sul, sem se adequar às normas do local, de acordo com o Instituto Chico Mendes para a Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A decisão foi motivada pela presença de um grande número de homens em uma área considerada sensível da unidade de conservação. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 MS no WhatsApp A região do parque é uma unidade de conservação federal criada em 2000 para proteger a biodiversidade local. A área, de 77 mil hectares, é de responsabilidade do ICMBio e abrange os municípios de Bonito, Bodoquena e Jardim. O chefe da unidade de conservação, Sandro Roberto da Silva Pereira, relatou que, em 2024, o parque passou a não autorizar atividades dos Legendários depois de três incursões do grupo que resultaram em impactos ambientais registrados na área, além do descumprimento das normas do local, como não aglomerar grandes quantidades de pessoas nas trilhas da unidade de conservação. “Explicamos que o parque tem um limite diário e que as visitações são feitas com grupo de, no máximo, 10 pessoas, e acompanhadas sempre por um condutor credenciado. Liberamos desde que atendessem as regras. Mas, eles insistiram em realizar essas dinâmicas de estar todo mundo junto, dentro da trilha. Não deu certo, virou aquela confusão. Depois disso não permitimos mais”, conta o chefe do PNSBd. LEIA TAMBÉM Arcebispo orienta católicos a não participarem dos Legendários em MS Diário de um Legendário: a fé, o cansaço e as regras militares no retiro que virou febre entre famosos A mesma decisão foi tomada pelos proprietários da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Cara da Onça, que é uma unidade de conservação estadual localizada na zona de amortecimento do Parque Nacional da Serra da Bodoquena. O sócio-proprietário da área, Gerson Canhete Jara, contou que no início do ano passado, um grupo dos Legendários com cerca de 300 pessoas entrou, sem autorização, na unidade de conservação, deixando a área impactada. “Não teve nenhum comunicado prévio aos proprietários. Eles queriam passar lá com quadriciclos, mesmo a gente explicando que ali não pode circular veículos por conta de ser área ambiental protegida. Mas eles já tinham passado com motos lá”, relembra Gerson. O g1 procurou o movimento Legendários, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. Também procuramos a Gerência de Unidade de Conservação (GUC) do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (IMASUL), responsável pelas unidades de conservação no estado, mas não obtivemos retorno até à última atualização desta reportagem. Impactos ambientais As unidades de conservação, como parques e RPPNs, seguem normas do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). Órgãos de fiscalização ambiental também estabelecem regras como a capacidade diária de pessoas nessas áreas, para mitigar os impactos das visitações. No Parque Nacional da Serra da Bodoquena, por exemplo, o limite permitido é de 100 pessoas por dia, que podem conhecer as trilhas entre 8h e 17h, em grupos de 10 pessoas e acompanhadas por um condutor credenciado pelo ICMBio. Já na RPPN Cara da Onça, além da visitação guiada, o limite diário é de 25 pessoas. Se considerarmos a média de 200 homens circulando nessas unidades de conservação, a quantidade é 2 vezes maior do que a capacidade do parque nacional e, 8 vezes no caso da RPPN Cara da Onça. “Quando há a concentração de muitas pessoas em um único local, você tem o pisoteio da vegetação, começa a alargar a trilha porque as pessoas não conseguem ficar em trilha. Nos locais onde eles param, que precisam conversar, estabelecer dinâmicas, o impacto ao meio ambiente é grande”, enfatiza o chefe do parque, Sandro Pereira. O movimento O movimento cristão Legendários é voltado exclusivamente para homens e foi fundado na Guatemala em 2015 por Chepe Tupzu, um pastor guatematelco da Igreja Casa de Deus e chegou no Brasil em 2017, onde conquistou o segundo maior número de participantes. Os Legendários promovem eventos para homens casados ou solteiros com experiências de preços variados, que custam de R$450 a R$81 mil. Os principais eventos são os "Top - Track Outdoor Potential", que consistem em 4 dias de "conexão com a natureza" e intensas caminhadas. A maior parte dos eventos combina pregações religiosas com atividades físicas intensas. Ao redor do mundo há cerca de 108 sedes dos Legendários. Veja outras características do grupo: Seus organizadores dizem que a ideia é “promover a transformação de homens e famílias". Na esfera global, além dos desafios para homens, há eventos para pais e filhos, movimentos para ajuda comunitária e uma experiência para “empoderamento matrimonial". No Brasil, diversos famosos se somaram ao movimento, incluindo Eliezer, Gustavo Tubarão, Thiago Nigro (Primo Rico), Neymar pai e o empresário Kaká Diniz, marido de Simone Mendes. Nas redes sociais se identificam como "manada" e "inquebrantáveis". Em suas missões usam o grito AHU, abreviação para Amor, Honra e Unidade. Parque Nacional da Serra da Bodoquena, às margens do rio Salobra, foi um dos alvos do grupo. Loraine França/g1 MS Participantes do Legendários acompanham discurso durante evento do movimento cristão para homens Divulgação Parque Nacional da Serra da Bodoquena Veja vídeos de Mato Grosso do Sul: Veja vídeos de Mato Grosso do Sul:

FONTE: https://g1.globo.com/ms/mato-grosso-do-sul/noticia/2025/07/31/legendarios-sao-proibidos-de-subir-montanha-em-areas-de-conservacao-por-danos-ambientais-em-ms.ghtml


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